O bom de trabalhar com o jornalismo é que você sempre tem a oportunidade de conhecer coisas fantásticas. Uma delas é a arte da renda de bilro, que a minha colega de trabalho soube tão bem descrever na matéria que fez para a edição de Outubro/Novembro da Ótima.
Todo mundo já deve ter ouvido falar da renda renascença, que é bem cara e normalmente é usada em produções luxuosas, como vestidos de noivas. Na feira do artesanato da Paraíba, lembro que encontrei uma saída de praia dessa renda por 800,00 reais!
A renda de bilro é uma cultura tão antiga quanto, mas menos conhecida e, consequentemente, menos reconhecida. No Maranhão, ela é feita, sobretudo, na Raposa. Lá as peças custam uma média de 45,00 reais um colete, 25,00 uma regata com detalhes em renda e por aí vai.
Nunca tinha ido conferir o trabalho das rendeiras, mas já possuía um colete que ganhei de presente de uma amiga. Quando fui, meu encantamento triplicou. Ver dona Branca, uma das mais antigas rendeiras do local, trabalhando os bilros com tanta naturalidade e rapidez me fez admirar ainda mais essa arte local. E o melhor é que na maioria das vezes dá para reconhecer a renda oriunda do bilro pelas pequenas florzinhas que as artesãs gostam de fazer (como as da foto de abertura).
Não tem como falar de renda de bilro e não falar da designer de moda Raíssa Lima, recém-graduada pelo UniCeuma. Ela fez uma coleção baseada em Elvis Presley e ainda aproveitou, de quebra, pra usar a renda de bilro da Raposa e dar uma cara super glam e rock and roll para as peças. Algumas fotos da coleção dela também estão na matéria da Ótima.
Ps.: Todas as fotos que ilustram esse post foram capturadas por Rodrigo Corrêa, fotógrafo da Ótima.
Essa são as habilidosas mãos de Dona Branca trabalhando com o bilro.
Essas foram as páginas da Ótima com as peças da Raíssa. (e ainda tem muito mais coisa na matéria!)